O Brasil é o maior exportador de folha de tabaco do mundo, e o terceiro maior produtor. Essa produção é tocada principalmente por 138 mil famílias fumicultoras concentradas no Sul do país. Com o avanço global de novos produtos, como cigarros eletrônicos e sachês de nicotina, a demanda por essa matéria-prima pode cair drasticamente.
A explicação é simples: esses produtos usam nicotina, mas não necessariamente a que vem da planta do fumo. Ela pode vir de outras folhas ricas na molécula ou ser sintetizada em laboratório. E, mesmo quando a nicotina dos novos produtos vem do tabaco, a necessidade dessa matéria-prima é menor.
O cenário é nebuloso. Mas os fumicultores brasileiros estão alheios aos riscos dessa mudança de mercado. Não por culpa deles: a indústria do fumo têm vendido um futuro brilhante, com números vistosos de crescimento da renda e expansão de empregos no campo.
Nós mergulhamos nesses números, nos relatórios das maiores empresas atuantes no Brasil e nos arquivos secretos da indústria. Conversamos com empresários da nicotina, consultores de mercado e pesquisadores. Com políticos e fumicultores.
O Joio e O Trigo revela o que está por trás da cortina de vapor projetada para que fumicultores brasileiros não encarem produtos como cigarros eletrônicos como uma ameaça, e até apoiem a sua legalização no Brasil.
Também mostramos o papel do poder público diante desse cenário. Hoje, agricultores de regiões fumicultoras apostam sozinhos em alternativas ao plantio de tabaco, mas falta mercado para outros cultivos, como o de alimentos.
CIGARROS COMUNS
de unidades
de unidades
CIGARROS COMUNS
VAPES, SACHÊS E TABACO AQUECIDO
de unidades
de unidades
VAPES
Empresas de tabaco prometem “nova fonte de renda” para agricultores com nicotina para cigarros eletrônicos. Documentos exclusivos mostram que vapes exigem pouquíssimos agricultores e fumo diferente dos cultivados no país
Iniciativa está parada no gabinete do ministro do Desenvolvimento Agrário desde dezembro de 2024. Sem apoio de políticas públicas, agricultores de regiões fumicultoras saem no prejuízo ao tentar apostar em outros cultivos
Empresa diz que dispositivos trariam 13 mil novos postos de trabalho no campo, mas cigarros eletrônicos da BAT são fabricados na China e, se usarem a nicotina extraída do tabaco brasileiro, demandarão a produção de menos de 100 agricultores
Baixe aqui um material resumido, pensado para circular e ser debatido em regiões fumicultoras.
Clique aqui para baixar